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Archive for julho \25\-03:00 2019

 Perrengue, manquitolando, emperrada ao abrir, eis que a Gaveta chega hoje ao seu nono aniversário. Cheia de frustrações e de anseios, tudo junto. Houve momentos em que vibrou com mais de uma centena de consultas num só dia. Entrou em parafuso noutro em que as visitas não chegaram a cinquenta. Mas seja como for, está à espera de que a parada atual lhe propicie forças para mais uma jornada, pois anda cheia de planos futuros: whishful thinkings, idealizações auspiciosas: há o antigo projeto do Machado de Assis, poeta – com uma seleção daqueles poemas que Manuel Bandeira considera de qualidade igual à da prosa; a sonhada apresentação do poeta mineiro Djalma Andrade, a alma boa de Congonhas do Campo e a sempre protelada antologia dos poetas regionais. Esperemos, oxalá, que Deus nos ajude. E até breve. 

Em tempo: Para lerem nas férias, mando-lhes um trecho da Ascese, de Nikos Kazantzakis, na versão francesa de Aziz Izzet, que traduzi em 1973 e hoje imagino perdida conforme relatei no post Ombro Amigo-I. 

 


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OMBRO AMIGO-II

Além daqueles definitivamente perdidos, há várias traduções minhas, de livros importantes, desde muito esgotadas no mercado sem que as editoras façam novas edições:

Vida, modo de usar – Obra prima de Georges Perec, que indiquei à Companhia das Letras e o traduzi em 1991, logo esgotado, levou 18 anos para sair em 2ª. edição (2009), dessa vez em formato de bolso. Trata-se da obra capital de um dos mais importantes escritores franceses da atualidade. Além desse, traduzi também outra importante obra de Perec , A Coleção Particular seguida de Viagem de inverno, para a Cosac&Naif, em 2004; com o encerramento daquela, os direitos passaram para a editora do SESI, que não se interessa atualmente em reeditá-los. Aguardo que outra editora se lembre deles. De Perec, traduzi ainda o interessante Tentativa de esgotamento de um local parisiense para a Editora G. Gili, Ltda., de São Paulo. O autor Perec passou três dias seguidos acampado na praça Saint Suplice anotando tudo que via. Livro curioso, uma daquelas doidices geniais de Perec. Saiu em 2016, mas nunca vi o livro por aqui.

Tive vários livros editados pela SESI: O Pinóquio, herdado da Cosac & Naif; Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, que tirou o  Jabuti de tradução de 2015, A carta de Pero Vaz de Caminha, de 2017, a 4ª. edição de O Corvo e suas traduções e Breviário de afetos (minhas memórias), todos desativados depois que a editora deixou de publicar livros não-didáticos.

Uma antologia dos meus poemas traduzidos, O Torso e o Gato, editada pela Record em 1991, não consegue ser reeditada em função de problemas com a aquisição de direitos autorais estrangeiros. 

Igual (má) sorte tem minha antologia de poemas pessoais, A Caça Virtual e outros poemas, finalista do prêmio Jabuti de tradução em 2000, também da Record, agora enriquecida de Novos Poemas, já que os editores relutam em editar poesia, considerada invendável. 

A obra completa de Rimbaud, em 3 volumes: Poesia completa, Prosa Poética e Correspondência embora não sejam encontrados nas livrarias podem, contudo, ser adquiridos, via postal, diretamente da Topbooks Editora, Rua Visconde de Inhaúma, 58 sala 203 – 20091-800 – Centro – Rio e Janeiro.

Bibliografia de Ivo Barroso

POESIA

Antologia Poética 

– O Torso e o Gato

Arthur Rimbaud 

– Uma Estadia no Inferno

– Poesia Completa

– Prosa Poética

– Correspondência 

 

POESIA

Eugenio Montale 

– Diário Póstumo

TS. Eliot

– O livro dos Gatos

William Shakespeare 

– 50 sonetos

 

PROSA

André Breton 

– Nadja

André Gide 

– A Volta do Filho Pródigo NF

André Malraux 

– A Condição Humana 

August Strindberg 

– Inferno NF EH

Georges Perec 

– A Vida, Modo de Usar

– A Coleção Particular + Viagem de Inverno

– Descrição etc

Hermann Hesse 

– O Lobo da Estepe

– Demian

Italo Calvino 

– Seis Propostas para o Próximo Milênio

– O Castelo dos Destinos Cruzados

– As Cosmicômicas

– Palomar

Italo Svevo 

– A Consciência de Zeno NF

– Senilidade NF

A Novela do Bom Velho e da Bela Mocinha

Jane Austen 

– Razão e Sentimento NF

– Emma NF

– Novelas inacabadas NF

Marguerite Yourcenar 

– Golpe de Misericórdia NF

– O Denário do Sonho NF

– O Tempo, Esse Grande Escultor NF

Nikos Kazantzakis 

– Ascese

Romain Rolland 

– Colas Breugnon

Shel Silverstein 

– Uma Girafa e Tanto (infantil)

TS. Eliot

– Teatro completo

Umberto Eco 

– O Pêndulo de Foucault

 

Originais:

– Nau dos Náufragos

(poesia) Lisboa

– Visitações de Alcipe

(poesia) Lisboa

– O Corvo e suas traduções

(ensaio)

Infanto-juvenis

– Poesia ensinada aos jovens,

– Viagem ao mundo da poesia

– A Caça Virtual e outros poemas

 

Edições:

– Poesia e Prosa, de Charles Baudelaire, organização, introdução e notas

– À Margem das Traduções, de Agenor Soares de Moura, estabelecimento de texto, introdução e notas

 

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A FÁBULA DO GALO

Acontece, entretanto, que o meu galo
não fazia a manhã nascer do canto.
Sabia muito bem que
se cantasse
ou se deixasse de cantar
— o dia
rompendo as cercas do quintal
viria empoçar-se em seus olhos de suspeita. 

 

(Cantava apenas para ser concorde.:.)

 

Em  meio à noite, vinha-lhe de dentro
a sensação do amanhecer:
a crista
ensandecia de rumor do sangue;
as penas eriçavam-se no cio da soberba
e os olhos acompanhavam no frêmito da espera
o dia romper a casca da manhã,
finíssima.

Era quando lhe vinha da garganta
aquele anseio de ajudar o dia
e, na sofreguidão que o exasperava

— sabendo embora que cantasse
ou que deixasse de cantar —
cantava,
cantava todo trêmulo, intranquilo,
lançando o canto nos quintais da véspera
e ficava esperando pressuroso
o sol nascer das notas de seu canto.

 

O POÇO

Da borda ao bojo
do poço o balde
num baque oco
salta em
————
drado.
Baixa em balouço
busca a profunda
fonte fechada.
Grito de cacos
gotas de espelho
raios de escama
golpes de gelo.
Garganta larga
no escuro gole.
Peso nos olhos
tombo no peito.
Tão satisfeito
grave de encanto
tonto de espanto
pende pesado
lento rotundo
deita no fundo
a
fogado.

Rija
a corda acorda
arde dardo dura dança
iça
e começa
a lida de erguê-lo
a ele odre
a ele bambo
a ele bêbedo.
Bate nas
bor —–das
brotam
bor bu lhas.
Ao peso pende
arreda a roda
retorna a ronda.

Chega (cego) à clara
borda à clara
bóia
onde bóia claro.
E cai de cara
contra o jarro
e jorra a água
de um só jato.
E já de borco
debruçado à borda
vago vazio
va ga ro so
——v
o
l
t
a

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 Prof. Ney Julião Barroso

 Ele faria hoje 87 anos. Leia mais sobre ele: 

— Foot ball – 10/07/18, clique aqui.

— Presença do Ney – 15/06/19, clique aqui.

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