Robson Tamas
Confesso que nunca fui muito chegado a futebol. Em criança, joguei bola umas poucas vezes no terreiro da farmácia, com ramos de goiabeira delimitando o espaço do gol. Jogávamos a dois, quero dizer, eu e meu irmão, que era o dono da bola, excluídos os meninos da rua que, por jogarem certamente melhor que nós, ficavam só peruando, sem chances de participar. Eu era o goal-keaper (nessa época, anos 40-50, os nomes das posições eram todos em inglês: half. back, midfield, etc.) e devia defender os shoots do implacável forward, que além disso jogava sozinho sem ninguém na marcação. Resultado: era gol toda vez que ele chutava em gol, salvo uma em que, sem querer, defendi a bola com o joelho, provocando uma briga de foi-gol-não-foi, digna de qualquer Copa do Mundo. Lembro estas coisas, gaiatas e distantes, distantes mas não apagadas da lembrança e da saudade, ao recordar o quanto meu irmão gostava (diferentemente de mim) de futebol. Em garoto, jogou na escola, no colégio, na rua e nos clubes de bairro, mas, já famoso professor que comandava legiões de alunos, tornou-se torcedor qualificado do Fluminense, chegando a participar, mais tarde, da própria diretoria do Clube.
Ele estaria completando hoje 86 anos, não o tivesse tirado de campo uma operação malograda de safena, causadora deste vácuo e desta saudade, hoje que eu teria, pelo seu aniversário, razões de cumprimentá-lo e perguntar pelo “nosso” futebol.
Bom dia! Sr. Ivo, comovente sua lembrança. Precisamos preservar as pessoas queridas assim. Grande abraço!
Thaís GM
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