Querido irmão, a proximidade da data crucial de sua morte moveu-me a mão, há muito endurecida, para escrever estas linhas. Que não sei se dirigidas a você ou se falam diretamente a mim, incentivando-me a escrever de novo, a forçar os dedos enrijecidos a encontrarem as teclas fugitivas do computador.
Seis anos… em plena pandemia, sem um abraço, sem a presença de um riso. Sobreviver num limbo como se também já tivéssemos morrido. E sem você.
Desculpa, irmão, esta choradeira inútil, infantil, do Bibi que acompanhava o Julião nas suas peraltices… Somos salvos apenas pela lembrança, já é alguma coisa. Onde estiveres pede por nós!
Beijos do mano, Ivo.
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Sinto muito por sua perda. Mesmo com o passar do tempo, esses laços de união não se desfazem, não é mesmo?