Querido irmão, a proximidade da data crucial de sua morte moveu-me a mão,
há muito endurecida, para escrever estas linhas. Que não sei se dirigidas a você
ou se falam diretamente a mim, incentivando-me a escrever de novo, a forçar os
dedos enrijecidos a encontrarem as teclas fugitivas do computador. Seis anos…
em plena pandemia, sem um abraço, sem a presença de um riso. Sobreviver
num limbo como se também já tivéssemos morrido. E sem você.
Desculpa, irmão, esta choradeira inútil, infantil, do Bibi que acompanhava o
Julião nas suas peraltices… Somos salvos apenas pela lembrança, já é
alguma coisa. Onde estiveres pede por nós!
Beijos do mano, Ivo.
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Prezado Ivo, desejo que o senhor receba meu caloroso abraço e lhe digo que esse sentimento que o você descreveu é legítimo. Imagino quão saudoso o senhor está! Abraço,
Adriana Sales (Jane Austen Brasil)
Querido, senhor Ivo
eu e minha mãe dizíamos que não íamos sentir falta uma da outra, pois não nos daríamos conta e pensaríamos que só estávamos bem quietinhas em nossos respectivos quartos: eu no computador e ela fazendo crochê. Tento, mas confesso que às vezes fica difícil…
Um grande abraço para o senhor, Raquel
Êta homenzinho vazio, hein ! É que a Igreja nunca ensinou nada a ninguém. Ela gosta é de passar a sacolinha mesmo !
Caro senhor Ivo,
De passagem pelo seu blog, buscando por atualizações, percebi esta nova publicação. Entre a sombra das palavras escritas e reescritas que tentei enviar ao senhor, todas fracassadas, brilhava uma luz serena: tal como a ingenuidade tão profunda e verdadeira a que Calvino com a sua conclusão de que “ler os clássicos é melhor do que não lê-los”, pensei que enviar-lhe uma mensagem, qualquer que fosse, faria meu coração mais iluminado que não enviá-la. Assim, deixando de lado o esmero, digito quase que de forma cursiva.
E então queria dizer o essencial: como admirador do trabalho do senhor, fico profundamente curioso com a sua posição diante da morte… Qual o cheiro, o aspecto, a textura, o gosto desse momento em que o senhor se encontra, entre o sentir e o não-sentir? A vida se metamorfoseia, adquire novo significado diante do olhar contente e prismático? O senhor pode ver uma cor nova? Digo que o imagino saudável e acho que é preciso fazê-lo… É preciso imaginar Sísifo feliz.
Senti-me impulsionado a enviá-lo um olá, um singelo olá, marca indelével na minha memória, em especial quando, adulto e em muitos anos daqui, lembrar que o senhor marcou minha adolescência e juventude e que pude estabelecer esse simples contato.
Obrigado senhor Ivo,
Felipe
Continue firme na escrita e na vida. Continuaremos deste lado, lendo e vivendo.
Permanecemos todos nesse instante.
Abraço.
Ivo, eu também sinto muita falta dos meus pais e lembro com saudades e amor.
Tem dias que essa pandemia é muito difícil (dá uma angústia), mas logo tudo voltará ao normal.
Semana passada ficamos felizes pois conseguimos encontrar o Livro Correspondência (traduzido pelo senhor, só faltou vir com um autógrafo kkk). Não sei se já contei, mas fizemos aqui em
casa uma prateleira que se chama Biblioteca Ivo Barroso e estamos ansiosos pela reimpressão das Obras completas de Rimbaud em breve.
Desejamos que tudo se restabeleça da melhor forma possível para todos nós, fiquem com Deus.
Um grande abraço para o senhor e sua esposa,
Maria Luísa e Fabricio
Caro Ivo, depois de vários meses dedicados a uma monografia, finalmente estou lendo sua tradução de Correspondência de Rimbaud. Mesmo já tendo lido outras biografias de Rimbaud, percebo que a organização e tradução destas cartas, além de poderem ser lidas como uma autobiografia do poeta, se conformam em um documento importantíssimo, visto que a riqueza de detalhes e a quantidade de informações da fase de explorador / comerciante de Rimbaud, não se faz presente com a mesma intensidade nas obras que já conheci. Logo que concluída a leitura volto para deixar novas impressões e comentários. Mas o senhor não vai se livrar tão fácil de mim pois pretendo adquirir a nova reimpressão e fazer a releitura. Muito obrigado por revisar o documento. Aguardamos ansiosamente. Desejo muita força e esperança para todos nós. Abraços em você e esposa.
Sds,
Fabrício e Malú.