ANTOLOGIA POÉTICA DA GAVETA
O mais precioso editor da Pauliceia, nosso caro amigo Cláudio Giordano, que já nos dera (a mim e a alguns felizardos leitores da Gaveta) a bela edição dos “Fünfzehn Gedichte” em 2016 e o maravilhoso “Meu Rubaiyat” em 2017, presenteia-nos agora com esta “Antologia Poética da Gaveta”, uma verdadeira joia de delicadeza gráfica e bom gosto editorial. Giordano recolheu os artigos que escrevi na Gaveta com o intuito de salvar, para o leitor de hoje, algumas das belas poesias que cultivávamos em meus tempos de jovem, e fez da colheita um opúsculo de sensível beleza, digno repositório das grandezas poéticas que ele encerra. Infelizmente o livro não está à venda, pois se trata de uma edição do autor, que teve a oportunidade de poder contar, mais uma (última?) vez com a mestria gráfica das edições Giordanus. Uns poucos exemplares, no entanto, foram reservados para aqueles leitores que, sincera e decididamente interessados, desejarem guardar a lembrança de nossa Antologia. Basta enviar-nos seu endereço postal e aguardar o sorteio. Os dez primeiros solicitantes serão os que terão mais chances de serem contemplados.
Por favor, coloque me nome no sorteio. Wladimir Saldanha.
Prezado Ivo,
Ficaria imensamente grato de poder participar de tal sorteio, ainda mais com um prêmio tão desejado quanto esse.
Cordialmente,
Saulo von Randow Júnior
Por gentileza, coloque o meu nome também. Octávio Ferraz
Jeferson Barbosa da Silva – o Poeta Garoeiro – não pode ficar fora da lista, porque é um leitor que ama essa Gaveta …
Gostaria de participar do sorteio. Muito grato!
Olá, Ivo. Eu gostaria de participar do sorteio. Como faço para lhe enviar o endereço> Será por meio de um e-mail>
Olá Ivo, aqui é o Arthur, leitor já de mais de ano da Gaveta. Te conheci a partir das tuas traduções (especialmente a dos Sonetos de Shakespeare, quais gostei bastante). Hoje sou leitor contumaz da Gaveta. Creio ela ser um ótimo recurso para alguém da minha faixa etária descobrir e redescobrir nomes que já acumulam um certo pó (injustamente). Se possível, gostaria de receber um dos exemplares da Antologia da Gaveta. Meu endereço é Avenida Visconde de Pelotas, 166. Cidade de Pelotas (RS), CEP 96060-700, bairro Três Vendas. Se for necessário arcar com custos de postagem, me disponibilizo para tal. Desde já, grato.
(Não sei se é por aqui que devo enviar o endereço. De qualquer forma, aqui vai)
Também adoraria participar do sorteio. Vez ou outra, nessa agitação da vida cotidiana, venho aqui na Gaveta pra desengavetar poemas esquecidos. Fernando de Souza Neto
I-vo Bar-ro-so! Ainda ontem eu lia, para a netinha – de perfil bastante delicado – de uma amiga, a respeito de camafeus, pois ela me parece um deles, como parece o perfil dessa helênica harpista da capa de sua antologia. Sigo sua “Gaveta” há séculos e será um prazer ter muito do que aqui vi, num só volume – e tão bem editado. Grande abraço, amigo.
Recebi do Grande Solha o seguinte comentário sobre o “livrinho”:
AOS POETAS E OUTRAS GRANDES ALMAS:
–
Sabe aquela área da memória reservada aos contos de fada? Acabo de guardar, num compartimento contíguo, o novo e delicadíssimo livro – de cem páginas de 18 X 12 cm – que tem na bela capa uma menina grega tocando lira, o título ANTOLOGIA POÉTICA DA GAVETA e, acima, o nome IVO BARROSO. Há anos venho acompanhando o blog A GAVETA DO IVO – a que se refere o pequeno volume – onde vi, fracionada ao longo do tempo, a esmerada seleção – feita por ele – de poemas românticos brasileiros, mais a poesia dos “Príncipes da Fon-Fon”, e a dos chamados “Exdrúxulos”, tudo “de primeira linha” – como ele frisa – , com apenas o essencial de precisas referências para cada caso. A preciosidade vem, agora, reunida nesse pequeno e maravilhoso volume. Bilac chamava a bela rima de “rubim”. Acho que o adjetivo desse trabalho deve ser algo nesse naipe. Deve-se considerar o fato de que há séculos eu e a maioria lemos clássicos da literatura universal traduzidos pelo Ivo – de Shakespeare aos Ítalos Calvino e Svevo, de Hermann Hesse a Rimbaud, de Jane Austen a Strindberg, de Marguerite Yourcenar a T. S. Eliot , de Oscar Wilde a Breton e Gide e Malraux e Perec., Kazantzakis, etc, etc. E nele tive, sempre, o poeta – ele mesmo – grande. E o amigo, leitor rigoroso ( por isso mesmo, amigo ) de quase tudo que tenho escrito nos últimos anos. Os paraibanos terão a surpresa de encontrar aí – entre os “Exdrúxulos” – Eurícledes Ferreira ( 1924-1983 ) que adotou o codinome de Eurícledes Formiga, adotando o sobrenome da mãe, talvez gente lá de Pombal, como o amigo Sebastião Formiga, que contracenou comigo em O Som ao Redor. A sensibilidade na escolha dos poemas e nos brevíssimos comentários dedicados a cada um é notável. Resulta disso, uma série de sonetos e, como sempre me encantaram as “chaves de ouro” dessa forma poética, escolho a que me parece a mais belo, a de Júlio Salusse ( 1872-1948 ), encerrando o poema em que ele diz que a vida, para ele e sua amada, sempre foi um lago onde foram cisnes.
–
Um dia um cisne morrerá, por certo.
Quando chegar este momento incerto,
no lago, onde, talvez, a água se tisne,
–
que o cisne vivo, cheio de saudade,
nunca mais cante, nem sozinho nade,
nem nade nunca ao lado de outro cisne.
–
Ao falar de Luís Guilherme Júnior ( 1843- 1898 ) e seu mais famoso poema – Visita à Casa Paterna – Ivo me remeteu a meu tempo de ginásio, quando tive de decorar e declamar os versos que terminam dizendo que “Uma ilusão gemia em cada canto, / Chorava em cada canto uma saudade”. Esse poema foi repercutir num dos que fazem parte de meu primeiro romance, Israel Rêmora, onde meu personagem conta que voltou…à casa paterna e
Erguendo de repente o rosto
me revi no mesmo espelho em que há muito não me revia
e
ao ver o violento contraste entre o momento e a memória
senti um choque e gemi.
Porque nem Homero
cego como um busto grego
nem Beethoven
com as nove sinfonias trancadas na cabeça e tapadas pela surdez
teriam tal rosto… dizendo tudo
como se eu não tivesse mãos
nem voz.
Ivo conta que também não resistiu à influência do tema. Seu poema é muito bonito e chega a seu extremo de beleza nestes dois versos:
O relógio da sala as horas deixa
que passem solitárias – não as conta.
Por essas e outras, seu “livrinho” marca fundo. E encerro com o que me pareceu o mais belo dos poemas incluídos, o Ilusões da Vida, do Francisco Otaviano ( 1825-1889 ):
–
Quem passou pela vida em branca nuvem
E em plácido repouso adormeceu;
Quem não sentiu o frio da desgraça,
Quem passou pela vida e não sofreu,
Foi espectro de homem – não foi homem,
Só passou pela vida – não viveu.
Um magnífico florilégio, pena que é tarde para participar do sorteio.
Honrado mestre, organizei há algum tempo uma antologia poética com o tema “Árvore”. Nossa bibliografia já contava com algumas neste sentido, mas infelizmente esgotadas de há décadas. E essa circula gratuitamente, como livro eletrônico (formato pdf).
Deixo o link para o download da obra, pelo Google Drive: https://drive.google.com/file/d/1D0HJHDd1W083JLObfxo-zHaKqu4vxCDq/view
Meu caro,
estou organizando uma lista para sorteio dos últimos 5 exemplares. Inscreva-se:mande nome e endereço postal que será certamente habilitado.
Ivo Barroso
Perdão pela demora, só vi a mensagem agora. Sammis Reachers – Rua Joaquim Salles Lima, 60 – São Gonçalo – RJ – CEP 244755-230
Foi muita gentileza enviar o livro. Obrigado. A antologia em livro, apesar de igual ao texto online do blog, mostrou-se diferente, mais sutil (em virtude de minha atitude); não que eu não valorizasse as postagens e o projeto da antologia em si, mas a própria ideia de poesia como parte da cultura cotidiana e de hábito é difícil de se consolidar no sempre desesperado imediatismo e dinamismo das páginas e abas virtuais, mas resiste. Lembro do Manuel Bandeira comentando a ansiedade de Guimarães Rosa cronista diante de prazos: a dificuldade nascia porque o jornalista escreve na areia, enquanto que o artista escreve em pedra, na eternidade; e talvez nisso, em excesso de instrumentos de rapidez e conveniência, tendemos a não diferenciar e dissociar o banal, não vendo também o que pode ter de pedra na areia. A antologia, como o blog também, é valiosa enquanto exercício da memória, e em relação ao livro em especifico, cabe destacar a pluralidade regional, de tom, temporal, a força do soneto de Paulo Bomfim, do soneto Saudade, Indiferença, Ser Feliz e Cor Cordium, que tratam do tempo e sobre o peso do que se foi perdido, e o papel importante de convite para um mundo maior, coisa que o Antônio Abujamra também costumava fazer.