NESTES NOSSOS TEMPOS DE PROTESTO,
PROTESTEMOS CONTRA TODOS OS MUROS
OS MUROS DO PASSADO:
– A MURALHA DA CHINA
– O MURO DE BERLIM
E OS DO PRESENTE/FUTURO
– O MURO DE TRUMP
– O MURO DE CALAIS
E TAMBÉM CONTRA ESSE MURO METAFÍSICO
– O ISOLACIONISMO –
QUE ESTAMOS CONSTRUINDO EM TORNO DE NÓS MESMOS.
O MURO
Este muro começa
de cima para baixo;
a prumada mais alta
é o seu encaixe.
seu limite na altura
é o seu alicerce;
é ali que a sua
argamassa enrijece.
é ali que mais densa
sua base se apoia
e não nesse outro extremo
que na terra sobra.
seus tijolos vão
à medida que sobem
se tornando pedra
paredão mais sólido.
de modo que o muro
a quem assim o toma
parece visto ao revés
num óculo de câmara.
e esse mato adusto
que nas frestas cresce
tende para o sol oculto
que se adentra na terra.
nele o tempo cessa
seu ciclo de estragos
e reveste de cal
sua escama de pátina.
e se mais de perto
o muro observamos
veremos que se enverga
qual se arredondasse,
como se a defesa
fosse mais de torre
e não esse anteparo
contra o que é de fora.
de tal modo inverte-se
sua força autônoma
que em vez de proteger-nos
aprisiona.
Primeiramente, salve o Poeta Ivo Barroso, reabrindo, vigoroso, a Gaveta!
E o faz em dez quadras de crítica ao muro de ponta-cabeça, que começa lá em cima e desce isolando-nos a todos, que aprisiona a pretexto de proteção…
No Google, são 160 milhões de consultas possíveis sobre “muro”, o que além de enriquecer esse poema, sinaliza a oportuna escolha do poeta e seu acerto de boa pontaria, no disparo…
Bem vindo, seja…
Obrigado, amigo,
o poema é antigo (Caça virtual & outros poemas, 2001) mas parece que guardou certa atualidade.
Não deixe sempre de mandar suas impressões, que me servem de estímulo.
Abraços,
inb
http://wjsolha.deviantart.com/art/It-s-so-Hard-15482261
Solha, amigo,
desculpe minha paralímpica ignorância cibernética, mas só agora consegui ver sua gravura magnífica. Que beleza! Qual o site em que posso visitá-la e conhecer as outras?
Abraços,
ivo
Sr. Ivo Barroso,
Concordo com o seu “cabralino” poema. Aliás, eu percebo uma nova prisão; a do celular. Eu ando muito de metrô aqui em Sampa, e a maioria dos passageiros vai mexendo nos seus celulares absolutamente distante de tudo que está ao seu lado.
Abraço,
João Renato.
Caro amigo,
o celular é de fato essa nova prisão que estamos construindo em torno de nós mesmos e na qual vamos nos isolando cada vez mais. Ninguém mais conversa, as pessoas agora só digitam. Há muito perderam o senso, agora estão perdendo também a voz.
Deus nos salve!
inb