Meu querido irmão, o Prof. Ney Julião Barroso, completaria hoje 84 anos de existência. Aquele menino arteiro lá do Herval, que me seguiu em mil e uma travessuras (a travessia do rio Turvão em cima de uma escada que nos serviu de ponte, o tiro com a garruchinha de chumbo que resultou num castigo de horas ajoelhados em caroços de milho na porta da farmácia, a fuga do cão Montenegro que levamos para um passeio na capoeira do Brazinho e que de repente sumiu, etc), aquele mesmo, pois ele se tornou uma figura respeitável no meio docente da então Capital do país, onde chegou a Diretor-Geral do campus Tijuca II, do Colégio Pedro II, no período 1992/2000. Amado por seus alunos, a eles ministrava lições de geografia viva, levando-os a conhecer in loco formações rochosas, grutas, terrenos alagadiços, plantações de cana e café, etc por este Brasil afora. Suas excursões em ônibus pelo interior do país, principalmente por Minas Gerais e, em especial, pelas terras vermelhas de Ervália (nossa terra), tornaram-no um inovador em matéria de ensino factual e exemplificativo. Mesmo depois de aposentado mantinha estreito contato com seus colegas do Pedro II e assessorava, por prazer e vocação, os antigos colegas que vieram a distinguir-se na administração daquele educandário. Inconformado com os rumos que a nossa política e a nossa economia estavam tomando, tornou-se assíduo colaborador da seção de Cartas do Leitor, d’ O Globo, que sempre publicava suas opiniões com grande destaque editorial. Além disso, defendia seus pontos de vista, sempre voltados para o bem público e a dignidade administrativa, em seu blog denominado “falandogrossodoherval”, no qual ainda hoje o leitor poderá encontrar matérias e temas de permanente atualidade.
Ao evocar hoje, no que seria o seu aniversário, não posso deixar de prestar meu preito ao grande educador, embora veja também, ao longe, a figura sorridente daquele zureta (frase de nossa avó) que percorreu comigo os imprevistos caminhos da infância.
Linda mensagem de amor e saudade por seu irmão, que, pelo que você nos conta, parece ter sido mesmo um grande educador – além, é claro, de um divertido companheiro de brincadeiras de infância! Comovente e delicado, este texto mostra que “falar grosso” é hoje dever de todos os homens e mulheres de bem em nosso pobre país, tão desgovernado e carente de bons professores, como o Ney Barroso.
Obrigado,Monipin,
Ney faz falta hoje ao Brasil não só como o grande professor que foi como o severo crítico poliítico que vinha demonstrando ser em seu blog.
Paz à sua alma!
Abraços,
Ivo Barroso
Também perdi meu irmão – também Ney (como era chamado o Waldeney ) – há pouco tempo, Ivo. Grande abraço de conforto por isso.
Grande Solha,
solidários na tristeza e no vazio que nos cresce do lado esquerdo do peito.
Abraços do Ivo
[…] MAIS UMA SAUDADE […]
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