DESPOJAMENTO
Eliminei o excesso de paisagem
simplifiquei toda a decoração
retirei quadros flores ornamentos
apaguei velas copos guardanapos
e a música
Bani a inutilidade do discurso
Na mesa de madeira
nua
apenas dois pratos brancos
sem talheres
O banquete será tua presença
***
Este poema foi originalmente publicado no “Ilustríssima”, do Estado de S. Paulo em 2012 com uma ilustração (no alto, acima) de JÁRED DOMÍCIO, que, traçando somente os pés da mesa e as bordas dos dois pratos, soube captar todo o espírito do poema.
Lindo!
Sr. Ivo,
Após ler os primeiros versos do poema, eu não esperava que ele seria de amor e fui imaginando um final pesado e trágico. Mas o último verso é uma rasteira, e o que me parecia melancólico mostrou-se lírico na releitura.
Abraço,
João Renato.
bom dia Ivo, maravilha de poema esse seu Despojamento.compartilhei no meu facebook, ok?parabéns! abraços, mr
Bom dia, estantedopoeta! Pois é, de cara, achei que você tinha razão. Em seguida, achei que a melancolia é total. Que maluquice, não? Depois, fiquei pensando se o estado de espírito não influencia nossa avaliação. Influencia, sim, não é? Enfins, pão ou pães, é questão de opiniães mesmo. ( Guimarães Rosa). Bom dia!
Querido senhor Ivo,
este poema é o que almejo atualmente. Um abraço!
Caro Ivo
sempre excepcional como poeta e tradutor. eric
Poema de enorme plasticidade, Ivo. “Na tábua da mesa nua, apenas dois pratos brancos sem talheres” ´enche a vista.
Inspirado Ivo Barroso,
Nos dias 9,10 e 11 de setembro, ex-salesianos realizaram seu encontro anual em São João del Rei. Seu poema Despojamento, em especial o verso que o finaliza – O banquete será tua presença – inspirou os organizadores do encontro, com destaque para o Professor, Teólogo, Escritor Tiago Adão Lara, a utilizá-lo como tema do encontro, recriando-o com simplicidade na arrumação do salão, dispondo, no centro do salão do Museu Regional de São João del Rei, uma mesa de madeira nua, com apenas dois pratos brancos sem talheres, uma jarra de água, alguns pães, garrafas de vinho que foram consumidos na celebração da amizade, reafirmando o verso – O banquete será tua presença. Agradecemos sua presença em nossa celebração!
Caros amigos,
para mim já é a celebração total. Agradeço muito suas palavras e a comunicação, que me encheu de alegria e, por que não dizê-lo, da vaidade do poeta reconhecido. Infelizmente já não saio de casa, de outra forma teria tido enorme satisfação de visitá-los. Desejo-lhes toda a fraternidade das ceias evangélicas. Estou agora certo de ter sido um poeta e que um verso meu despertou o amor em outros corações.
Obrigado de novo,
Ivo Barrosov